Chorando com Wilson Maria, bandolim solo
Ultimamente tenho me aventurado bem mais com solos de bandolim de 10 cordas. A turma da “corda a mais” tem explorado muito os recursos deste instrumento, que ainda é tão recente, e os esforços para desenvolver um repertório não têm sido nada escassos.
Pensei, tempos atrás e cá com meus botões, que talvez eu pudesse dar meu modesto aporte a esse desenvolvimento, brincando com aquelas notas mais graves, pondo uma aqui, outra acolá…
Chorando com Wilson Maria
Rossini Ferreira
Eis, pois, minha humilde versão de “Chorando com Wilson Maria”, uma obra-prima do bandolinista pernambucano Rossini Ferreira. Esta gravação eu fiz em em São Paulo, em Agosto de 2010.
Foi uma coisa meio arranjo, meio improviso, meio brincadeira, meio a sério, e faz parte da entrevista que dei à Rádio Brasil Atual (entrevista que, aliás, publicarei na íntegra em breve).
Que tal? Deixai-me vosso comentário…
sonzeira esse bandola heim!!! põe mais uns mp3 pra gente escutar!!!
caramba!!! sonzao mesmo!! mt limpo cara!!! mt bom!!! bom mesmo!! adorei!!! parabens!!!
Isso è choro!! Isso è otimo!! Isso è Marco!!!
Posso dizer sem vergonha que, depois de escutar as primeiras notas, senti-me na obrigação quase sagrada de fechar os olhos e dedicar toda a minha atenção a tão bonita interpretação 🙂
continua por favor
Parabéns! Muito boa a gravação! Acho que em geral quando a coisa é feita dessa forma “meio arranjo, meio improviso, meio brincadeira, meio a sério”, sempre fica bonito. Grande abraço,
J
Nossa que lindo, parabéns Marco. Abraço
[…] escuta aqui […]
Molto, molto bella!
Bel suono, come sempre. Un onore suonare con te.
Parabéns, Marco
Na minha humilde condição de eterna iniciante, gostei muito do solo, muito sentido, bem chorado e com esse timbre a mais, gostei mesmo..!
fala marco!!! tudo belezinha por essas bandas?
muito boa sua gravação….
é bem curioso ouvir esse bandolim se auto acompanhando.
aos meus ouvidos de compositor, eu somente estranho um pouco a introdução antes de começar o choro propriamente dito. por algum motivo, me dá a impressão de que não está começando do começo…. como se fosse um corte de algo que começou antes. talvez a harmonia, talvez o andamento, talvez uma firula melódica bordonística antes de arpejar o primeiro acorde… talvez entrar com a figura de nota repetida antes do acorde também. talvez porque o choro comece com anacruse e aí estranho esse começo “na cabeça”.
enfim, frescura minha, mas de repente te dá alguma idéia útil pra pensar no arranjo…
mas tá muito bom, rapá!
continua assim que o 10 cordas agradece…
abraço
R.
Na verdade essa psuedo-introdução é a parte B do choro em questão… parte B esta que, como toda boa música tonal, costuma ter sentido DEPOIS de apresentada a parte A… talvez essa redisposição seccional direcionada tenha lá parcela de culpa, no tocante a essa sensação de estranheza que você sentiu. Aliás, não restam dúvidas de que aulas com o Escalante em muito devem ter contribuído para tamanho refinamento auditivo. Enfim, é praxe no Choro usar, por exemplo, os últimos 4 compassos do B ou do C como introdução… o que eu fiz foi usar uma artimanha mais ou menos nessa linha. A diferença é que eu fiz o B completo eheh.
Mas enfim, vou tentar me desacostumar com a gravação, e ouvi-la de novo pensando nos detalhes que você comentou.
E, pensando bem, não é de se jogar fora a idéia de começar uma música dando essa impressão de já ter começado… por quê devemos ater-nos às superficiais e culturamente escassas expectativas do grande público ignorante? Chacoalhemo-los, estes pobres!
Valeu meu caro Marco, muito legal. Rossini foi um dos grandes compositores de choros além de exímio bandolinista. Só lamento que muitos ainda não conheçam sua obra.
Forte abraço
Marcello Laranja (Clube do Choro de Santos)
Hahaha!!! Rodolfo, o seu ouvido eletroacústico está se distanciando das coisas tonais!!! Você sabe que para mim imediatamente “DE CARA” eu ouvi esse início como uma introdução construída com a parte B de algo??? (para minha expectativa, essa intro certamente viria depois em algum lugar). E te explico o porquê. O que o Marco falou de usar “…os últimos 4 compassos do B ou C como introdução…”, também se fez muito nos arranjos das canções internacionais populares (sec XX).
Sejam elas francesas, italianas ou americanas ou espanholas – canções como Be my love, Pourquoi (ou Because), Sole mio, Ti voglio tanto bene, Tem gato na tuba (brasileira) e uma infinidade de outras. No meu caso, eu estou super acostumado com esse repertório. E canto isso direto.
Aliás lembro disso também em Schubert, por exemplo a introdução da Ave Maria, corresponde ao fim de cada seção. Imagino que o motivo é que esses são os compassos da cadência p/ fixar a tonalidade, e que já mostra parte do material. Daí quando eu ouvi o improviso do Marco, essa estrutura (e a função da introdução em relação ao todo) se formou imediatamente (e inconscientemente) na minha mente e gerou a expectativa de essa introdução ser parte B. Não acontecer isso, acredito, seria sim um estranhamento e uma reinterpretação da introdução.
Coisas da audição hein?! E sua dependência do repertório!
Legal Marco! Parabéns muito bacana!
E Rodolfo, muito legal também que você trouxe o funcionamento de sua escuta para levantar essa discussão, com a qual eu já aprendi algo!!!
Abração aos dois!!!! E espero que ambos estejam ótimos!!!!
Paulo B
Discordo do Seu Paulo B pois gosto de ser surpreendido por uma introdução que não deixe prever a melodia à vir, que, por sinal,foi tocada com muita sensibilidade, variação agradavel de volumes e tempos sem cair no Barroco . Muito Bom!